Viagem ao Japão
O Japão é um mimo. Não é por acaso que é dos locais que mais povoam o imaginário dos viajantes. E que mais gente diz que gostaria de conhecer e visitar. É um destino verdadeiramente entre dois mundos. Um lugar em que o passado e o futuro se tocam. O ponto de encontro entre a tradição e a inovação. Entre a novela de costumes e de época, bucólica e familiar e a ficção científica mais bizarra e inacreditável.
A abordagem ao Japão intimida, amedronta e assusta, porque à primeira vista e à distância, parece impenetrável e difícil. Mas assim que vamos avançando e ultrapassando etapas, os receios vão-se naturalmente dissipando. Tudo se revela surpreendente e não há dia em que não fiquemos de boca aberta com qualquer pequeno e extraordinário pormenor, novidade ou visão. É um admirável mundo novo. Muito à frente. Em que se preserva e valoriza o velho. Em que se acolhe e desenvolve o que é novo. E onde tudo convive de forma harmónica.
Passando de imediato aos factos e aos conteúdos, é desde logo fortemente recomendável alugar no aeroporto um router com wi-fi portátil para estarmos sempre on line. Há várias empresas que prestam este serviço.
Também se revelou muito ajuizada e valiosa a compra antecipada do bilhete/passe JR. Associada a esta compra é recomendável a reserva antecipada dos lugares para cada viagem. Os nossos guias foram sempre muito prestáveis e solícitos e trataram disso por nós.
Os comboios de longa distância são muito cómodos e práticos. Os suburbanos são carruagens de metro de superfície, práticos e funcionais. O atendimento e a assistência institucional prestada a turistas e viajantes, nacionais e estrangeiros, funciona bem por todo o lado. Existem postos de turismo e de informação estrategicamente espalhados pelas estações de comboio, de metro e centros comerciais. E a sinalização é muito boa. Há sinalética em inglês onde ela é precisa. Um turista consegue orientar-se melhor no Japão que por exemplo em Portugal, onde não há quaisquer indicações em língua estrangeira.
As pessoas, embora poucas consigam pronunciar mais que meia dúzia de palavras de inglês, estão sempre disponíveis para dar uma orientação mínima. Só temos que nos fazer entender por gestos precisos. E ter um mapa para recebermos direções.
A vantagem de termos um(a) guia ou alguém localmente estabelecido é a de podermos ter acesso a estabelecimentos frequentados pelos locais, que geralmente são as melhores e mais seguras apostas e que não vêm nos roteiros.
Relativamente ao nosso itinerário, as escolhas revelaram-se acertadas. Os hotéis são adequados e bem localizados, em zonas centrais: o de Osaka com vista para um amplo parque e para o castelo e muito perto de uma estação de metro e o de Kyoto em frente da central train station. A deslocação de táxi sempre que necessária (em alternativa ao metro) é confortável e acessível. Os táxis são modernos e automatizados (os choféres têm uniforme e luvas brancas e as portas abrem-se e fecham-se automaticamente). O facto de os choféres não falarem inglês não prejudica. Só temos de aprender a mostrar o destino num mapa japonês ou levar um cartão com a identificação do destino em japonês).
O passeio a Koya-san é interessante e um bom começo e uma boa introdução à cultura e ao japanese way of life.
O parque de Nara também é visita obrigatória. Muito bucólico e pastoral. O complexo de templos e jardins é um verdadeiro regalo (especialmente o Todaiji Temple e a pequena mata de bamboos.
O castelo de Himeji é impressionante e um perfeito exemplo da arquitectura militar japonesa imperial.
Em Kyoto deve-se ir ao Nishiki Market, ao bairro de Gion e a Pontocho Street (uma rua antiga, com casas tradicionais em madeira, que dá gosto percorrer e onde se pode sentir um pouco do Japão antigo e provar algumas especialidades locais).
Em Kanazawa tem de se ver o bairros tradicionais de Higashi e de Nagamashi (onde se pode visitar uma ancient Samurai house). O Hotel Trusty é muito bom e bem situado.
E sakuras por todo o lado. É incrível como umas simples cerejeiras podem merecer tanto interesse. E realmente merecem.
O metro, que é a melhor forma de nos deslocarmos e transpor as enormes distâncias entre os diversos bairros (e evitar os custos das viagens de taxi que, como não pode deixar de ser, são proporcionais às distâncias percorridas), é muito intuitivo e fácil de utilizar (com o cuidado de evitar a hora de ponta na zona de Omotesando). Adquirir bilhetes nas máquinas automáticas também é muito fácil. Há sempre alguém disponível para prestar assistência, profissional ou não. Os preços dos bilhetes são acessíveis e as viagens confortáveis.
Em Tokyo há cacifos por todo o lado para se deixarem as malas, mochilas, sacos e compras guardados enquanto se percorrem as ruas e os bares. Genial.
Uma palavra de apreço para os nossos 2 guias que foram incansáveis e nos prestaram uma assistência preciosa, especialmente a Jessica, cujo apoio numa cidade tão grandiosa e potencialmente intimidante, foi importante.
E para a V. assistência aí na TT. Obrigado.